Máquinas sobrenaturais e outros habitantes da tríplice fronteira antropológica
DOI :
https://doi.org/10.17161/aion.v1i1.22908Résumé
A dupla aceleração que marca nossa época, a saber, a catástrofe cumulativa do Antropoceno, com tudo o que isso implica de fracasso civilizatório, de ecocídio planetário e talvez de suicídio biológico, e o desenvolvimento tecnológico muito rápido dos dispositivos lógico-materiais de “inteligência artificial” (IA), está provocando um enorme reboliço na tríplice fronteira antropológica entre os humanos, os demais viventes e as máquinas neuromórficas, como os computadores programados por Deep Learning e os aplicativos chatGPT, LaMDA, Bard etc. Isso enquanto aguardamos os extraterrestres, que demoram a chegar, e enquanto assistimos perplexos ao retorno de uma imagem despótica de Deus à cena da história. Pois o Espírito, ou melhor, os espíritos, também frequentam esta fronteira, como veremos. A descodificação capitalista, longe de superar, contraproduz a sobrecodificação “bárbara”. Quanto mais desterritorialização neoliberal, mais reterritorialização fascista.
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